Ibama autoriza Petrobras a fazer simulado de acidente na costa do Amapá
- Fernando França

- 12 de ago.
- 2 min de leitura
A operação é a última etapa para a estatal brasileira receber do Ibama a autorização para explorar a região do Bloco FZA-AM-159 na costa do Estado.

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) acaba de autorizar a Petrobras a realizar o exercício de Avaliação Pré-Operacional (APO) no bloco FZA-M-59, localizado na Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. A APO consiste em um simulado de vazamento de óleo que testa a capacidade de resposta da companhia e é uma das etapas finais para o licenciamento ambiental de exploração na Margem Equatorial. A data oficial da operação será confirmada pelo Ibama, e a expectativa é de que, após sua conclusão, a licença seja emitida em poucos dias.
Para a execução do simulado, a Petrobras mobilizou uma ampla estrutura de emergência. O navio-sonda NS-42, da Foresea, já está na costa do Pará e já se desloca para a costa do Amapá neste momento par ser utilizado na operação. Também foram deslocados três helicópteros, seis embarcações de emergência, seis embarcações especializadas no atendimento à fauna, além de dois Centros de Atendimento à Fauna — um em Oiapoque (AP) e outro em Belém (PA) — com equipes treinadas para atuar rapidamente em caso de acidentes ambientais.
O bloco FZA-M-59 está situado a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá, em lâmina d’água de 2.800 metros, e integra a principal aposta da Petrobras para a reposição de reservas de petróleo nas águas profundas da Margem Equatorial. A empresa pretende perfurar seis poços exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas até 2029, sendo este o primeiro deles. A operação é considerada estratégica para o futuro da produção nacional de petróleo.
O processo para a realização da APO vem sendo discutido desde junho, quando o Ibama realizou vistoria técnica na sonda. Em julho, o navio chegou ao litoral do Pará e passou a aguardar sinalização para seguir ao ponto de operação. No último dia 12 de agosto, representantes da Petrobras e do Ibama se reuniram para ajustar detalhes do simulado, incluindo cenários de vazamento, medidas de resposta offshore e execução do Plano de Proteção e Atendimento à Fauna, aprovado em maio.
Além da importância ambiental e operacional, há também um fator financeiro que pressiona o andamento da operação. O contrato de afretamento do navio-sonda NS-42 expira em outubro de 2025 e custa à Petrobras cerca de R$ 4,6 milhões por dia. Quanto mais rápido o licenciamento for concluído, menor será o impacto econômico. “Estamos mais perto do que estávamos. Estou otimista”, afirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia dos Anjos, reforçando a expectativa de avanço no processo.












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