Gestão Furlan sob cerco federal
- Fernando França

- 15 de set.
- 2 min de leitura

A Prefeitura de Macapá entrou oficialmente no radar das autoridades federais. Alvo de investigações no Polícia Federal e agora também no Supremo Tribunal Federal (STF), a gestão de Antonio Furlan é acusada de estar envolvida em um esquema de superfaturamento, desvios de recursos e lavagem de dinheiro em obras financiadas por emendas parlamentares.
O município foi o único do Amapá incluído na decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu os repasses das chamadas “emendas Pix” – um tipo de transferência sem exigência de convênio formal e, por isso, alvo de inúmeras denúncias de mau uso.
A medida não foi isolada. Em todo o país, nove municípios foram atingidos, que juntos receberam R$ 724,8 milhões entre 2020 e 2024. O caso de Macapá, no entanto, ganha contornos mais graves porque se soma a uma série de suspeitas já em andamento.
No início de setembro, uma operação da Polícia Federal escancarou o que pode ser um dos maiores escândalos da atual gestão: o desvio de recursos e lavagem de dinheiro destinados à construção do Hospital Municipal de Macapá, obra símbolo da administração Furlan e um dos principais trunfos políticos do prefeito. Segundo a PF, houve até saque de R$ 9 milhões em espécie diretamente no caixa do banco — um indício robusto de movimentação ilícita.
Agora, a situação de Furlan se complica ainda mais. O ministro Flávio Dino determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) envie relatórios detalhados sobre as emendas à Polícia Federal, ampliando o cerco sobre possíveis desvios, superfaturamentos e favorecimento de empresas ligadas à prefeitura.
“Separar o joio do trigo” e garantir o direito de defesa foram os termos usados pelo ministro para justificar a decisão. Mas, na prática, a medida coloca Macapá no centro de uma investigação federal que expõe escândalos na aplicação de recursos públicos e pode desmontar a gestão Furlan.












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