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GARIMPO ILEGAL: AÇÕES DA PF REVELAM O AVANÇO DA DEVASTAÇÃO NO TUCUMAQUE E DESTRUIÇÃO GIGANTE DE FLORESTA NO AMAPÁ

  • Foto do escritor: Fernando França
    Fernando França
  • 26 de set.
  • 2 min de leitura

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O garimpo ilegal continua a ser uma das maiores ameaças para o Amapá e a Amazônia. No Amapá, em menos de um ano, a Polícia Federal já realizou quatro grandes operações para tentar conter a destruição ambiental e o avanço do crime organizado para o interior de áreas de conservação. A foro acima revela o avanço da desvastação em área do Parque Montanhas do Tumucumaque.


Na última quarta-feira, 25 de setembro, a Polícia Federal do Amapá deflagrou a Operação Vale Oculto, em mais uma ação contra o avanço dos garimpos ilegais no Amapá, revelando a dimensão desse problema. Nessa operação, sete escavadeiras hidráulicas, duas balsas e oito motores foram inutilizados, representando um prejuízo estimado de R$ 5 milhões aos garimpeiros. A área devastada ultrapassava os 2 milhões de metros quadrados, equivalente a 300 campos de futebol transformados em lama e mercúrio.

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Antes dela, outras ações já haviam exposto a profundidade da rede criminosa. Em abril, a Operação Ameaça Fraca apreendeu cerca de meio quilo de ouro, 2 mil litros de combustível e até uma arma com numeração raspada, em Macapá, revelando como os garimpos clandestinos se estruturam com logística e segurança próprias. Em junho, uma fiscalização conjunta no Garimpo do Falsino, em Tartarugalzinho, encontrou escavadeiras e mercúrio, símbolos da devastação química e mecânica que ameaça rios e comunidades locais. Já em agosto, a Operação Entreposto, em Pedra Branca do Amapari, atingiu um suspeito reincidente, que já havia sido flagrado anteriormente com ouro e munições.


Essas operações revelam como a pressão sobre territórios ricos em minerais se intensifica, principalmente dentro das áreas de conservação, como o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, onde as atividades garimpeiras ilegais cresceram 304% entre 2022 e 2023, conforme números publicados pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (IEPÉ). Ou seja, pulou de 30 hectares em 2022 para 122 hectares em 2023. O avanço dentro do Parque Tumucumaque cresceu a partir do Garimpo do Lourenço, localizado na zona rural do município de Calçoene, distante 374 km de Macapá.


Vale ressaltar que os dados de satélite também divulgados pelo IEPÉ no ano passado, 2024, mostram que as novas áreas para onde as atividades ilegais avançaram a partir do Garimpo de Lourenço totalizam 1.500 hectares em apenas um ano.


Essas ações da Polícia Federal revelam que o garimpo ilegal não é uma atividade isolada de pequenos exploradores em busca de sobrevivência, mas sim um sistema organizado, que movimenta grandes somas de dinheiro, abastece mercados clandestinos de ouro, armas, lavagem de capitais e destrói ecossistemas inteiros.

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