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“Carta da Amazônia” marca encerramento do maior encontro de negócios sustentáveis da Região

  • Foto do escritor: Fernando França
    Fernando França
  • 23 de mai.
  • 4 min de leitura

O documento do Inova Amazônia Summit 2025 destaca caminhos para transformar a economia regional e escrever seu próprio futuro com ciência, tradição e sustentabilidade.

 

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Volney Oliveira

Talismã Comunicação

 

O Encontro de Negócios Sustentáveis da Amazônia reuniu líderes políticos, empresariais, investidores, empreendedores e representantes da sociedade para discutir temas relacionados à sustentabilidade e à sociobioeconomia na região. O evento aconteceu na manhã desta quinta-feira (22), na sala de reuniões do Conselho Deliberativo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Amapá (Sebrae) , como parte da programação do Inova Amazônia Summit, promovido pelo Sebrae e o Governo do Estado do Amapá (GEA). Durante o encontro, foi elaborada a Carta da Amazônia para o mundo, documento que propõe a união entre saberes ancestrais e conhecimento científico, além de investimentos em infraestrutura para transformar a cadeia produtiva com foco na sociobioeconomia.

 

Entre os mais de trinta participantes estavam: o governador do Amapá, Clécio Luís; o senador Randolfe Rodrigues; o presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Amapá, Josiel Alcolumbre; a superintendente do Sebrae no Amapá, Alcilene Cavalcante; o consultor e ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Paulo Alvim; o consultor e ex-presidente do Sebrae nacional, Sérgio Moreira; o gerente de Relações Internacionais do Sebrae, Vinicius Lages; a pós-doutora em bioeconomia, Cláudia Chelala; e o pós-doutor em fármacos, José Carlos Tavares.

 

A Carta da Amazônia para o mundo propõe a união entre conhecimentos ancestrais e científicos, além de investimentos em infraestrutura para transformar a cadeia produtiva com foco na sociobioeconomia. A exploração de petróleo na costa amapaense surge como uma possibilidade para gerar dividendos e financiar pesquisas aplicadas, com o objetivo de desenvolver novos produtos, melhorar a infraestrutura - tanto econômica quanto social - e avançar em áreas como logística, transporte, educação, saúde e qualidade de vida da população da região.

 

Transição

 

O consultor e ex-presidente do Sebrae Nacional, Sérgio Moreira, afirmou que a Carta da Amazônia expressa o que pensam os amazônidas sobre seu futuro e quais ações devem ser adotadas no presente para construí-lo. “Vivemos em um mundo em transição ecológica, econômica e cultural, no qual os recursos minerais esgotáveis, em algum momento, darão lugar aos recursos biológicos renováveis. Estamos no Amapá, território com a maior biodiversidade do planeta, que abriga a floresta mais preservada das Américas e a foz do estuário do rio Amazonas - o maior e mais importante do mundo para o equilíbrio ecológico e o enfrentamento das mudanças climáticas”, destacou.

 

“Inspirados nesse exemplo do Amapá, elaboramos coletivamente a Carta com uma visão de futuro para a Amazônia. Queremos as condições necessárias para o desenvolvimento dessa nova economia que chamamos de sociobioeconomia. Isso significa financiar a criação de novos produtos, agregar valor às matérias-primas da região. Até hoje, a Amazônia apenas exporta matéria-prima. Precisamos exportar essências, produtos acabados, de alta sofisticação. É fundamental investir em capital humano, formar pessoas preparadas para construir esse novo futuro”, afirmou Sérgio Moreira.

 

O consultor também explicou que, para viabilizar esse novo modelo de desenvolvimento, é essencial garantir qualidade de vida à população da Amazônia - especialmente àqueles que vivem no campo, nas florestas e nos rios, como os povos originários indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos e os agricultores familiares. No entanto, segundo ele, também é necessário investir nas cidades, já que é nelas que a matéria-prima será processada e receberá valor agregado.

 

Consenso

 

O gerente de Relações Internacionais do Sebrae, Vinicius Lages, afirmou que este é o momento do Amapá, da Amazônia e do Brasil. Segundo ele, diversos fatores convergem para essa oportunidade, e há consenso de que a região - especialmente o Amapá - reúne todas as condições para impulsionar negócios sustentáveis e promover a bioeconomia.

 

“A Carta expressa essa consciência e compreensão de que temos condições objetivas para formular um novo futuro e responder às ambições de um outro modelo de desenvolvimento, a partir das oportunidades que já existem. A exploração de petróleo na costa amapaense, como fonte para financiar outros empreendimentos - inclusive aqueles que surgirão da própria indústria do petróleo -, é um consenso. Essa receita servirá para viabilizar a transição, e é absolutamente fundamental que possamos contar com essa fonte de financiamento”, afirmou.

 

Falta de infraestrutura

 

O pós-doutor, José Carlos Tavares, avaliou que o encontro representou uma oportunidade única para o Amapá incluir, na Carta da Amazônia, a necessidade de ampliar o debate sobre a estruturação da pesquisa básica e aplicada, além do desenvolvimento de tecnologias na área de fármacos, com base na biodiversidade amazônica. “É fundamental que esse tema esteja presente, para que possamos buscar a estruturação de uma base tecnológica voltada à exploração racional da biodiversidade amazônica. A Amazônia tem um potencial enorme nessa área, e já temos demonstrado essa capacidade no desenvolvimento de novos produtos tecnológicos a partir dos recursos naturais da região”, destacou.

 

A pós-doutora Cláudia Chelala também defendeu que, antes de qualquer coisa, o Amapá e a Amazônia precisam dispor de infraestrutura adequada - como estradas, energia e conectividade. “Não podemos discutir inovação sem ter infraestrutura”, argumentou.

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