Base de Furlan ataca jornalistas para desviar atenção de escândalos que estão prestes a explodir na Prefeitura
- Fernando França

- 20 de fev.
- 3 min de leitura
Atualizado: 24 de fev.
As jornalistas estão recebendo ataques de gênero, ameaças e fake news. A polícia está investigando o caso.

Após se tornar investigado pela polícia a pedido do Ministério Público, por suspeitas de envolvimento em fraude em licitação e falsificação de documentos públicos, e enfraquecido politicamente na Câmara Municipal, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan, voltou seus ataques contra a oposição. No parlamento, sua base enfraquecida virou o alvo contra membros da gestão Clécio Luís, para desviar o foco sobre Furlan, fragilizado politicamente no momento.
O primeiro a sofrer retaliações políticas foi o professor municipal e vereador pelo PT, Claudimar Rosa, cuja licença para desenvolver suas atividades no governo estadual foi pessoalmente cancelada pelo prefeito. Em seguida, a base política de Furlan direcionou ataques à jornalista Ana Girlene, secretária de Estado da Comunicação, e a Lilian Monteiro, diretora da Rádio Difusora, ligada ao governo estadual. Ambas estão sendo vítimas de fake news.
Os ataques contra membros da gestão do governador Cécio Luis começaram após a promotora de Justiça, Larisse Alcântara Lax, solicitar à Polícia Civil a abertura de um inquérito para apurar o envolvimento do prefeito Furlan em um possível esquema criminoso de fraude em licitação na Companhia de Transporte de Macapá (CTMac), que teria beneficiado uma empresa de sua especial preferência.
Além dessa notícia, que tomou conta das manchetes e redes sociais, o secretário de Comunicação da Prefeitura foi convocado pela oposição na Câmara para explicar seu envolvimento em outro possível esquema de corrupção na secretaria que gerencia. Além de representar uma derrota política fragorosa para o prefeito Furlan, essa convocação pode ser apenas a ponta de um escândalo ainda maior, já que o Ministério Público também investiga supostos desvios de recursos do Fundo Municipal de Educação. De acordo com denúncias feitas ao MP, esses recursos, que deveriam ser destinados à merenda escolar, teriam sido utilizados para pagamento de publicidade de campanha política.
Leia a seguir o Manifesto da Banca Feminina na Câmara Municipal de Macapá em defesa das jornalistas Ana Girlene e Lilian Monteiro.
A bancada feminina da Câmara Municipal de Macapá, através das vereadoras Margleide Alfaia (PDT), 1ª vice-presidente; Leia Pelaes (PDT); Luana Serrão (União Brasil); e Maraína Martins (Rede), vem a público manifestar solidariedade às jornalistas Ana Girlene, secretária de Comunicação do estado do Amapá, e Lilian Monteiro, diretora da Rádio Difusora, vítimas de ataques caluniosos, difamatórios e de exposição indevida, nas redes sociais e na imprensa.
O ato, além de ferir a honra, demonstra explicitamente o anseio de intimidar e descredibilizar mulheres que se destacam em cargos públicos, pelo seu profissionalismo.
Ana Girlene e Lilian Monteiro são mulheres aguerridas, profissionais comprometidas com a ética, com a verdade, e dedicadas no trabalho.
Esta Casa repudia, categoricamente, qualquer forma de violência moral, política ou de gênero contra a mulher, principalmente, contra essas profissionais. Não podemos comungar com qualquer tipo de discriminação e violência, especialmente aquelas que afetam mulheres e grupos historicamente marginalizados.
Reforçamos a importância de cultivarmos um ambiente midiático e virtual pautado no respeito, na ética e na responsabilidade, para que todas as mulheres possam trabalhar sem medo, censura ou retaliação.
A proteção dos direitos das mulheres é uma responsabilidade coletiva e, acima de tudo, um compromisso do poder público.
Reforçamos que as políticas públicas de prevenção à violência e discriminação são instrumentos fundamentais para a construção de uma sociedade mais equitativa e justa e que a palavra da vítima sempre deve ser respeitada.












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