FURLAN E A “PEDAGOGIA DA PORRADA”
- Fernando França

- 18 de ago.
- 2 min de leitura

A agressão do prefeito de Macapá, Antônio Furlan, contra uma equipe de reportagem do Portal Amapá continua repercutindo dentro e fora do estado. O pedido de desculpas feito pelo prefeito, tentando justificar o inaceitável e transferir para jornalistas amapaenses a culpa pela sua violência não pegou bem.
Pior ainda: ao tentar justificar o injustificável, insistindo numa narrativa inverídica, confrontando os fatos, Furlan recorre a uma estratégia conhecida, a de criar uma cortina de fumaça para desviar o foco de problemas graves que o Município de Macapá enfrenta, como obras atrasadas e uma gestão marcada por denúncias de corrupção, cobranças de propina, falta de medicamentos nas UBSs, ausência de concursos públicos, falta de transparência nos gastos públicos, deficiência na coleta de lixo e em vários outros serviços essenciais. São muitas as denúncias. E o que é pior, é uma gestão sob investigação federal. Sobre isso, o prefeito não se pronuncia.
Ao tentar transferir a culpa de sua própria atitude agressiva para a imprensa local, o prefeito incentiva seus apoiadores a normalizar a violência nas redes sociais, antecipando um clima eleitoral tóxico que já começa a ser propagado em todo o Amapá com vistas às eleições para governador em 2026.
Além disso, ao insistir em uma falsa narrativa, Furlan estimula sua base a agir da mesma forma. O resultado aparece em slogans como “Bom de voto, bom de porrada” — um recado direto para as eleições de 2026, em que a violência ameaça substituir o debate de ideias, projetos, economia, desenvolvimento e cultura. É lamentável que o prefeito e sua tropa se alinhem ao modus operandi bolsonarista, atacando jornalistas e todos que ousarem pensar diferente.
A agressividade como tônica da política é um pressuposto perigoso para o Amapá, porque conquistar o governo do estado “no voto e na porrada” pode arrastar o estado para um colapso fiscal e financeiro semelhante ao que já atinge a Prefeitura de Macapá.
O projeto de poder desenvolvido pela atual gestão municipal, tal como está, revela-se nocivo não apenas para o município, mas também para as instituições do Estado e para a própria política.












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